sábado, 27 de setembro de 2014

A recusa da dança











Como é doloroso e triste observar os estragos de guerra
Em quem nunca soube amar
Em que nunca Se soube amar
Como doí ve.los fugitivos deles/as mesmo numa ânsia de protecção
Como anseiam pelas metades de ilusão
E o medo é tanto nesses rostos
Que qualquer cenário pavoroso seria muito similar
Há verdadeiras maratonas de dor nesses caminhos
Gente com dificuldade de ser gente , gente esponja que absorve e não cria
Gente que avalia, que mede ao milímetro os seus medos nos outros
Há uma recusa de identidade
E nesta recusa de identidade há assim sendo uma recusa de humanidade
A recusa de olhar a dança interna, será sempre a nota musical que falta a este grande baile a que chamamos VIda.

Grimoire Marques 

27-09-2014

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Lua

Foi sempre a Lua a nossa cúmplice
foram as estrelas os véus e o manto negro que nos acobertava .
Grãos de areia nesta imensidão , pequenos, grandes,imensos
Afundamo-nos, perdemos-nos
Desistimos de nós para passarmos a ser Eu
Numa asa solta que se lança  aos céus  e busca
o infinito
Jamais conseguiremos parar este voo
A certeza do receio castra-nos
Apenas a Lua a nossa companheira,consegue manter a lealdade .

Grimoire Marques
 23 - 08- 2014

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Uma paciência impaciente

Não te consigo explicar
a dimensão do que sinto
Não porque não queira
Mas porque nunca irias entender
Falta-te a paixão que me sobeja a mim
O que nos torna viajantes com idiomas diferentes e incompreensíveis
Se me pedisses para te definir
diria que és o meu tudo e o meu vazio também
Eu não olho nos teus olhos
Eu mergulho dentro deles, eu misturo-me
Joguei fora a esperança, fiz-me companheira da paciência
Uma paciência impaciente que me absorve, me tranquiliza mas também dói
Finalmente fiz-me amiga de um adeus premeditado

Grimoire Marques
21-08-2014
 

domingo, 17 de agosto de 2014

Milénios de Amor



Milénios de amor

Faltava-nos a clareza
A definição do que não pode ser definido
Faltava-nos a fluidez da agua e a liberdade do vento
Havia sempre espaço a "faltar"
Um tempo morto que não consegue dar vida ao vivo
Viemos em contrato
Saímos em solidão
Saímos numa busca que não sabemos quantos milénios poderá durar
Mas assim mesmo, perpetuámos as nossas presumíveis essências
Talvez a nossas teimosias e grande parte da nossa formatação
Somos, mas não fomos
Haverá sempre a lágrima a que decidimos chamar
SAUDADE

Grimoire Marques

17-08-2014



sábado, 8 de junho de 2013

ESSÊNCIA

"Peço.me" para ser essência........mas afinal a essência é condenável neste mundo...........entre o "pedir.me" e o "realizar.vos" vai o abismo que me solta na loucura não medida..........sou..ou quero ser......sou qualquer coisa...........qualquer coisa que sirva de ponte entre o "pedir.me" e o "realizar.Vos"............

terça-feira, 31 de julho de 2012




"Travam os homens, entre si, uma contínua guerra de vaidade; conhecendo todos a vaidade alheia, ninguém conhece a sua. A vaidade é um instrumento que tira dos nossos olhos os defeitos próprios e faz com que apenas os vejamos a uma distância imensa; ao mesmo tempo, expõe à nossa vista, ainda mais perto e maiores do que são, os defeitos dos outros. A nossa vaidade é o que nos faz ser insuportável a vaidade dos outros; por isso, a quem não tivesse vaidade não lhe importaria, nunca, que os outros a tivessem"
- Matias Aires, "Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens" (1752).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Afinal






Hoje tentei
Tentei ir bem ao fundo de mim
Dolorosa esta luta
Simples e dolorosa
A eterna ambiguidade que me invade
Sentires inacessíveis ás simples palavras
às vezes tão desnecessárias
Feridas curadas na auto estima
nessa força que me impulsiona cada vez mais
a saber quem sou
E aquilo que quero ser
Hoje estou infinitamente perdida em mim
Afinal estou, apenas aquilo que sou
estou ,apenas aquilo que sinto
La fora o crescente da Grande Mãe
Sussurra um canção de alento
Uma canção infinita de ressurgir de talvez recomeço
A um novo mundo de felicidade que poderá ser pintado por mim
Surgem memorias, surgem fantasmas de amor que se transformou em dor
O Amor
Esse que entrelaça e que dá vida a esta passagem
Surgirei assim do nada, com reflexos de tudo
Transparece em mim algo de muito louco
Mas no final chego á conclusão que é isto que SOU........



Grimoire Marques