terça-feira, 1 de novembro de 2011

Afinal






Hoje tentei
Tentei ir bem ao fundo de mim
Dolorosa esta luta
Simples e dolorosa
A eterna ambiguidade que me invade
Sentires inacessíveis ás simples palavras
às vezes tão desnecessárias
Feridas curadas na auto estima
nessa força que me impulsiona cada vez mais
a saber quem sou
E aquilo que quero ser
Hoje estou infinitamente perdida em mim
Afinal estou, apenas aquilo que sou
estou ,apenas aquilo que sinto
La fora o crescente da Grande Mãe
Sussurra um canção de alento
Uma canção infinita de ressurgir de talvez recomeço
A um novo mundo de felicidade que poderá ser pintado por mim
Surgem memorias, surgem fantasmas de amor que se transformou em dor
O Amor
Esse que entrelaça e que dá vida a esta passagem
Surgirei assim do nada, com reflexos de tudo
Transparece em mim algo de muito louco
Mas no final chego á conclusão que é isto que SOU........



Grimoire Marques

Eternidade






Surgiste do nada
Avassaladoramente em mim
Vindo carregado de tudo
E cheio de simplesmente nada....
Chegaste num sentir incompreensível 
Soltei.te  cá dentro
E esperei docemente que a  tua criança 
Despertasse em mim
quis sentir.te
Quis provar.te
Quis "arder.me" em ti
Não existe sempre , nem existe nunca
Existe apenas o momento....aquele sentir suave e doce
Algo que poucos entendem como eternidade
Pois é disso que a mesma se faz
De puros e simples sentires momentâneos
Mas estupidamente sentidos.
Intemporal mente vividos
Nada nem ninguém nos pode distanciar
Amo o teu palco e adoro nele ser sua actriz
Num teatro simbiotico e ao mesmo tempo incompreensível aos olhos do mundo...
não fazemos assim parte do frustavel
Permanecemos assim num infinito muito nosso
Que poucos identificam ou reconhecem
Naquele amor puro que se mantém numa delicadeza que a muitos incomoda
Amar.te.ei mesmo que a boca o contrario diga
Amar.te.ei porque afinal tu és a minha parte que um dia para tras deixei
Mas que afinal intrinsecamente em mim existe


Grimoire Marques




terça-feira, 26 de julho de 2011

Ligaçao










As letras dançam nas linhas, ao som de uma música tribal que me “lava” e “eleva” a alma,essa intermediaria com a verdadeira essência, o espírito,duplo, o que lhe queiram chamar........corre-me.me nas veias sangue de loucura terrena,corre.me e foge.me,banha.me e suga.me...
Existem momentos de paz....momentos de tréguas.....e de guerra neste templo a que chamam corpo.....pedaço de matéria pesada que nos “enfada” e afasta de uma matriz, de uma mãe, de uma união, da união de mim de ti de nós........do tudo.....do nada...........
A ilusão incomoda-me, manipula.me,esvai.se por entre os meus finos dedos......esvai.se mas no caminho deixa trilhada as marcas dolorosas,criadas como se de um acido corrosivo se tratasse.....há em mim qualquer coisa de anti ácido....de antimatéria ...de” antiilusao”..... de” antiversão” estereotipada .....corre.me também ,não na alma mas no espírito lembranças de ilusões diferentes, poderei talvez arriscar a dizer mais reais......mais genuínas quem sabe..... mais lembranças ....... apenas intemporais e identificativas.......aquelas em que despojada de ilusões e defesas era verdadeira em outros mundos que vivi...........que vivo...em momentos...em sobreposições......em estados....momentos......em minutos inexistentes.....
È a ligação que me  aniquila....no entanto é a ligação me me mantém viva....talvez seja um trespassar,um compreender algo incompreensível ....dai ser quase inatingível.........
Em cada suspiro esta ligação...no ultimo estará toda a compreensão.....toda a revisão da ligação.....a matéria gera incompreensão.....



Grimoire Marques
27-07-2011 

sábado, 26 de março de 2011

A minha dança cosmica





Uma das minhas formas de oração é a dança e a musica, a razão obvia provem da minha necessidade de louvar, abençoar e recordar…sinto-a como uma absoluta dependência e contemplação dos mistérios….a minha dança é o meu modo de ser, seja onde for posso ir procurara-la em consolação, nem sei como defenir essa cintilação pouco visíve, em que transformo a minha vida num dialogo..danço em redor das arvores altas, verdes e frondosas e saltito por entre as pedras que sobressaem na Terra e que me rodeiam como sinais de eternidade num mundo de mudança…nesta dança os sentires são por vezes avassaladores..sinto-me sagrada consigo ligar a simplicidade com a sofisticação simples e despretensiosa. 
A minha dança é o meu meio para ultrapassar os limites dos discursos e do pensamento de um mundo estreitamente circunscrito…...transponho o secularismo que me rodeia e fico ligada á fonte divina..sempre descobri o sagrado na vida vulgar, nas coisas comuns, de todas estas fusões nascem valores, envolvimento, reflexões e acções…como que surge um novo modo de vida, o verdadeiro florescer da minha divina consciência espiritual….cada uma das formas de arte tem as bênçãos dos céus e o aval de uma musa, capaz de inspirar qualidades e sentires únicos…. O eterno desempenha um papel constante na minha vida quotidiana. 
A qualidade eterna das coisas mais vulgares permite que a minha alma goze da eternidade de um momento no tempo…vivemos num mundo de sacramentos e fetiches somos instrumentos do sagrado e do negro, a diferença será sempre feita por cada um de nós…tudo o que tento fazer é viver a vida abertamente com imaginação e um sentido paradoxo e colorido simultaneamente, apenas assim consigo vislumbrar o admirável mundo novo………. 

Grimoire Marques

23-07-2009





Sentimentos






Como um tornado de sentimentos, sinto todas as células do meu corpo a gritarem mudança…..os meus sonos são diariamente transformados em sonhos, o que me provoca uma agitação nocturna, pois nem sempre, os sei interpretar…e embora haja dias que acorde em paz, outros há que acordo indefinida..inacabada..com vontade de fazer algo mais que não consigo discernir o que é!...acordo por vezes com um indomável desejo….são talvez os meus subterfúgios individuais, ou o desejo como parte de uma grande aventura repleta de prazeres incomuns…estou longe dos moralismos..dos dogmas…há qualquer coisa de desumano em mim..sinto-me como parte de um grande esquema geral em que sou inadaptada……neste meio existe um elemento romântico em mim, que me ofusca a necessidade de melhorar, de me salvaguardar ou de adaptar-me …a minha vida é profundamente interior , desprovida de exterior e quase estática perante o mundo……gosto de vaguear dentro de mim de perder-me de mim… de profetizar-me ..sonhar…..sonhar muito…..tentar explicar a mim mesma a complexidade e a intensidade emocional daquilo que muitas vezes me dilacera a alma me joga em abruptos sentires…tento optar pela clareza da consciência, da não absorção dos pormenores grotescos e basear-me assim num romantismo que me ultrapassa…quero acreditar nele em todos os dias da minha vida….menina –mulher ás vezes há nos meus olhos uma possibilidade de não me suportar….uma beleza às vezes sem humor……é nesta dinâmica nesta interioridade, nesta fantasia tão real que se quebra a minha desnecessária fortaleza….talvez por me sentir cativa da saturação do exterior…talvez por me sentir exteriormente castrada …..sinto isto como uma incubação de cura….em que os sonhos e as visões rapidamente se irão concretizar….e assim ando eu perdidamente perdida a formar laços entre a experiência vulgar e o mistério intemporal……. 

Grimoire Marques

31-08-2009

Sonhos




Adormeci a olhar para aquela pequena margarida amarela…o cansaço depois de uma noite de insónia, em conjunto com umas braçadas naquele espelho de agua, fizeram que todo o meu corpo, ficasse anestesiado num sono que rápido me levou a sair de mim, muitas vezes em busca de algo que se está a tornar usual quando me desligo do peso desta matéria….emoções que já fazem parte de mim, sem fazer…embora conturbados estes sonhos provocam-me sempre uma sensação da acalmia de um reencontro harmonioso e bastante puro e verdadeiro…embora as vezes doloroso o partir de tudo isto, vezes tem que nem quero acordar como se quisesse que este sono/sonho fosse eterno…..sou invadida por sentires, que só quando acordo percebo que aqui não pertencem, embora mesmo aqui os consiga sentir, sei que serão quase impossíveis…é este choque entre a vida e o sonho que me provoca a queda…uma queda que me provoca uma indefinição , que me corrói em vontades avassaladoras de loucuras, que ás vezes penso acontecerem de tão reais em mim serem…. 
Se o que sinto é ficção, então sou pura ficção pois tudo isto é demasiado real para mim para poder ser ignorado…ignorar o meu sentir seria cometer o meu suicídio, para lá do muro não quero estar, já estive e não me senti inteira…valho-me deste sentires desajustados a esta dimensão, para fugir cada vez mais para um mundo só nosso…aquele telepático em que tudo é possível na medida do nós…aquele em que não preciso dormir para me reencontrar, aquele em que me deixo ser, estar como uma flor cheia de sonhos desde o momento em que foi deitada como semente á terra…também ela espera o pico exacto no seu crescimento para puder sentir a magnitude do pai Sol…assim eu fico pacientemente pois sei que também eu um dia vou conseguir abraçar o Sol numa realidade que se pressupõe verdadeira…. 

Grimoire Marques 

05-09-2009

Intropecçao




As nuvens seguiam o seu curso imperturbáveis…sentei-me no terraço do meu jardim, enrolei um cigarro e saboreei-o a fundo..o som da ribeira ao longe, projectava em mim um rumor interior grande, como uma ebulição que me fazia perder todo e qualquer sentido das distancias…o tempo passava estranhamente e entreti-me a folhear algumas paginas do meu passado, extraordinariamente longas mas já resolvidas, o facto de me encontrar em pontos equidistantes do meu caminho, provocava-me uma panóplia de emoções em que estranhamente não me sentia eu…o mais bizarro porem era para mim a percepção do exterior, desse exterior condicionante….pus a razão de lado e voltei para mim apenas deixando um silencio avassalador entrar…..apenas o sopro do vento me conseguiu unir o exterior ao interior…tudo o resto bruscamente desaparecera…..não queria neste momento que nada fosse tendencioso em mim…..quero ser livre…não queria novamente cair em grotescos erros de emoção desmedida…tive vontade de mandar tudo ás urtigas nesse momento e lançar-me a rebolar na minha montanha interior, sem dar satisfações de nada da minha vida, porem nada disso me levaria a lado algum, estava demasiado envolvida com tudo para me poder safar assim…nomes, risos, caras, choros tudo se dissolvia como que tragado pela escuridão…tentei aconchegar-me num sitio mais alegre e luminoso…recusava todos os meus sentires de tristeza e impossibilidade, mesmo assim um friozinho gélido teimava em acompanhar-me como se estivesse a contemplar a minha reacção á sua presença…a testar….a ver a minha resistência….é difícil programar em mim o incansável vaivém de emoções, diria mesmo que é uma luta constante…quero parar de alimentar masoquismos para não me tornar autodestrutiva, quero ser líder em todas as áreas do meu sentir, quero voltar ao meu auto aperfeiçoamento, sem dores que vêem do exterior, de um exterior que cada vez que o visito me transporta a um mar de saudade que não quero navegar com o perigo de naufragar……. 

Grimoire Marques

10-09-2009




Sinto que ando a observar o mundo de longe, de uma forma distante mas em que estou presente fisicamente….cada vez me desintegro mais, cada vez mais estou alienada…cada vez mais estou numa vibração que me descola a alma do físico …tento espreitar o mundo lá fora, pela janela da minha alma mas ela insiste em fechar-se a essa dimensão…prefere ficar intrinsecamente rodeada dela….prefere ficar num universo só dela, num oceano de emoções muito próprias que chocam com a pressuposta realidade comum…destes retiros o belo parece pouco significativo ao pé do sagrado secreto…retirei-me da vida vulgar para encontrar significado e acabei por chegar as vísceras da minha alma……talvez demasiado desalinhada, demasiado alma para poder haver encaixe… 
Não preciso de saber como funciona a oração, ela esta demasiado presente para ser lembrada….a oração ao principio de tudo…. a verdadeira contemplação…a verdadeira essência…há uma abordagem histórica da minha alma, como um calendário cronológico das varias existências do meu ser em que estão todos os registos que me afloram a cada segundo… 
Muitas vezes damos uma explicação ingénua á vida e tratamo-la como uma insignificante interferência, em vez de nos mutarmos em sentires únicos….o caminho em direcção ao espírito é flexível….quanto a mim quero ser ultrapassada por uma compulsão misteriosa e divina tornar-me mais quem sou….. 


Grimoire Marques
11-09-2007

In /Out





A vida revela-se a cada dia uma experiência única, cheia de surpresas e mutações…é isso que acaba por colorir este nosso tempo, por esta breve passagem…a cada experiência nova crescemos mais, consciencializamo-nos da realidade dualística em que vivemos, da realidade que prende e castra quem se deixa “morrer” vivo……nesta minha existência queimei e continuo a queimar bandeiras que não quero hastear…hei-de ser sempre inteiramente livre e despojada de qualquer elemento que me possa não querer individualizar……a natureza mostra-nos como podemos ser felizes nesta vida, é só observa-la e esvaziarmo-nos de intenções ou objectivos…cada um de nós pode abrir uma porta interior e deixar-se conduzir ao invés de olhar á volta ….tudo isto não conduz nem ao desespero nem ao negativo, guia-nos sim, a uma segurança emocional e a um sentido profundamente cósmico , verdadeiro e único como todos nós somos…..há algo irónico e ridículo em viver uma vida “seria” sem que saibamos e sintamos verdadeiramente a nossa genuidade, a origem ou o significado de tudo……sempre me desliguei do exterior é apenas o meu espaço físico nada mais…gosto de viver sem explicações sem hábitos de gente “seria” ou ansiedades frustrantes….tantas vezes queremos encher a nossa vida de ordem e significado e ela troca-nos as voltas….a melhor coisa é viver o momento ouvir as mensagens e aproveitar a lição transmitida , é só para isso que serve o exterior, para o transmutar-mos de acordo com a nossa essência individual…….a disposição de nos manter-mos na ignorância confere-nos carácter e garante-nos honestidade verdadeira …..terá de existir sempre em mim um espaço que vai para além da compreensão, em vez de um modo satisfatório para os outros, não quero ser superficialmente utilizável sou apenas eu……pois como dizia um grande mestre 
“ Uma pessoa verdadeiramente boa, não tem consciência da sua bondade, por isso é boa…uma pessoa irreflectida tenta ser boa, por isso não é” 

Grimoire Marques

19-09-2009

Pensamentos soltos por ai





A noite já ia longa e a lua bem alta, á nossa volta a quietude do manto nocturno……bem no centro uma fogueira crepitava de orgulho por partilhar aquele momento…o fogo que destrói mas que também purifica..embalei o meu olhar numa chama que insistia em subir e descer em maravilhosos tons de azul como o meu coração índigo…tons fortes , tão fortes que algumas lágrimas rolaram, que o peito apertou de uma forma sem sentido e que alguns arrepios de emoção percorreram-me…queria entender esta avalanche súbita de sentimentos, queria entender o porque desta minha nostalgia absurda…haviam vozes que insistiam em falar-me, em dizer-me aquilo que talvez não quisesse ouvir…tento afasta-las em pensamento, tento comunicar com elas desesperadamente numa tentativa vã de as fazer partir…..mas não a dança das suas vozes perdurava na minha mente, fazia rodopiar os meus sentires em catapultas, tentei então chegar a um acordo, a um acordo intrínseco com o meu ser e com aquelas vozes que insistiam em nausear-me com passados longínquos, passados que se não fora estas vozes eu insistia em não lembrar, insistia em fugir, em fugir do espaço físico desse passado, não queria ter de voltar a tropeçar nele…estou cansada de saltar muros e barreiras, prefiro fugir como há tantos anos tão bem o fiz e que me levou ao que hoje sou…elaborar planos de fuga para a minha alma sempre foi um dos meus passatempos nesta dimensão para mim pesada… 
Olho uma vez mais para dentro e seguidamente para fora, decididamente vou continuar bem lá dentro, bem no fundo de mim…vou abstrair. me de tudo o que me possa toldar os sentidos em nostalgias ridículas e sem sentido..sem merecimento muitas vezes 
Roubei-me do mundo para me entregar a mim..decidi não entregar-me a mais nada ou ninguém , quero ser absolutamente minha…quero olhar, sorrir, passar, ignorar…ignorar de uma forma que irá magoar sem fim esse exterior de uma maneira tão forte que esse exterior vai ter vontade de passar rápido por mim…altivamente e sem culpas relego-o para um plano que nunca pensei….cansei-me da sua ambiguidade, da sua falta de coragem da sua fraqueza…não quero ninguém atrás ou a frente para caminhar terá de ser ao lado de outra forma não existirá..quero alguém que marque um passo uníssono, nem que para isso fique apenas a ouvir os sons dos meus passos…sozinhos mas sempre convictos, sempre cheios de si….quero lá saber se sou orgulhosa ou caprichosa ou até mesmo fantasiosa…sou e pronto….que quereis vós de mim que eu não vos poderei dar, que sombra é essa que insistis em mostrar-me…sou uma artesã de profissão e de alma, grandes complicações neste meu caminho pouco sentido fazem…nada pesam na minha balança interior…apenas fico um pouco triste, nada mais, nada nem ninguém ira roubar-me de mim outra vez…é neste voo de liberdade que adormeço e embalo a minha vida, abandonando estouvadamente o exterior, lançando-o num abismo sem eco….. 

Grimoire Marques

08_10_2009

Os poderes da Mae Lua




Hoje a lua não está visível, apenas se sente os seus poderes sensorialmente, vibracionalmente, Lua Nova…Lua de mistérios e renovações…Lua de introspecções, daquelas que nos levam ao mais profundo e as vezes ao mais escuro de nós, para depois renascermos e brilharmos em luz ainda com mais força…desde há muito que sinto e tento compreender os efeitos da energia da Mãe Lua na minha vida e na daqueles que me rodeiam….presumido seria achar que nenhuma influencia tem em nós, pois se influencia mares, as culturas o comportamento animal, nós com 80% de agua no nosso organismo e como animais que somos ( dizem que racionais eu ás vezes ainda não acredito) como poderíamos nós estar acima de tudo isto…..convido-vos a observarem os vossos comportamentos e emoções em cada lua….analisem ao pormenor pelos menos durante 6 meses..os vossos comportamentos e os daqueles que vos rodeiam…irão se surpreender….constatarão talvez, que em Lua Minguante e Lua Nova andarão mais deprimidos, mais tristes mais sombrios, mais sem sentido..na Lua Crescente e na Lua Cheia é a ebulição dos sentires, tudo fica mais forte mais enaltecido…mais essência….é curioso eu fiz esta observação durante três anos seguidos isso levou-me a um maior autoconhecimento de mim e de quem me rodeia…..somos tão pequenos que nem temos consciência do magnetismo que absorvemos e em que altura o fazemos…..perdeu-se a verdadeira conexão com a verdadeira vida..com o verdadeiro sentido da palavra vida…dai tanta frustração…parámos de aceitar os ciclos, que tal como a natureza também tem os seus mais sombrios momentos…queremos estar acima de tudo isto….quais Deuses sublimes e acima de tudo e todos…….redondo engano..redondo tombo…redonda falta de respeito pelo principio de tudo…..tanta falsa devoção, quando a Deusa/ Deus está em cada nascer do sol e em cada noite bem sentida de luar…não esta nas imagens nas igrejas…isso é apenas o local de relembrar…Deus está em tudo á nossa volta ..está em cada por do sol magico que nos oferece a cada dia…sempre com a esperança de que um dia nós filhos ingratos consigamos compreender o verdadeiro significado das palavras fé, espiritualidade, vida e humanos……. 

Grimoire Marques 

18_10_2009

Encontrada no meu Mundo




Há dias em que nos soltamos do mundo, em que desprendemos o fio da materialidade e nos espreguiçamos de essência…em que deixo voar a minha alma em qualquer louca e selvagem folha que por ali passe…transportando-me assim mais facilmente á minha verdade dos sentires…sempre em mim houve uma necessidade de me abstrair deste vil mundo que escolhi, uma necessidade de permanecer mas não estar…..uma necessidade terrível de me sentir…e de me alhear do visível e do banal…afogo-me nesta fuga só minha, consigo senti-la com uma intensidade que cada fracção da minha alma abafa tudo o resto imposto…esbato-me em cores que só a mim dou o direito de escolher…quero sem duvida o meu mundo bem colorido, pintado de um modo abstracto mas sentido e sempre dignificado pela minha essência, quero ser princesa nesta torre de egoísmo singular entre os mundos…….quero ser forte neste novo mundo como o centenário carvalho mas continuar a ter a doçura do bailado dos seus ramos e folhas, quero deixar-me escorrer como a gota de orvalho que se lança sem destino…..vagueio nas imediações do campo físico, aborrece-me quando por algum motivo tenho de ser plenamente terrena, sinto nessas alturas um suicídio em mim, um sufoco uma perda de ligação a algo para mim imprescindível como o ar….no meu mundo dos sonhos reais em mim sou imensamente feliz, tudo é estranhamente belo e colorido, existem cheiros inebriantes no ar e tudo se encaixa em perfeita harmonia, dor é uma palavra que não existe apenas interacção nos momentos exactos …apenas simplicidade nos gestos e nas palavras…..não sei se este meu mundo é redondo, a forma pouco importa mas sim o seu inteiro conteúdo, digo-vos que é imensamente divino , imensamente real para mim….. 
Este mundo é senhor do meus sentires transporta-me longe e existe uma simbiose em nós que vem dos primórdios da minha existência algo inimaginável á maior parte dos mortais que nesta altura habitam a terra….caminhar no meu lado mais selvagem e ao mesmo tempo divino abre todos os meus poros para absorverem cada etapa desta minha caminhada por cá….abre-me sem duvida mais ao verdadeiro significado da palavra VIDA….. 

Grimoire Marques 

18-11-2009

Olhares sem sentir



Por entre flores de jasmim adormeci….senti o aroma de cada uma a tocar cada inspiração minha, sofregamente inebriei-me desse cheiro que quase me leva ao êxtase dos sentires….sentia-me numa espiral de movimentos intrínsecos que fazem a minha alma rasgar o véu da presumível e peculiar realidade…por entre todos estes fascinantes movimentos, visualizo olhares de medo e de espanto…olhares exteriores que me dilaceram com uma crueldade infinita como se de punhais sangrentos se tratassem…olhares de condenação, de repressão de falsos estigmas…olhares que simplesmente perderam o sentir…olhares que seguem em fila como autómatos …rostos sem expressão chegam e vão num atroz movimento sem tempo neste circulo de abstinência de emoções, numa total imparcialidade perante a destreza dos sentires…não há lábios nestes rostos a rasgarem o espaço com sorrisos, nem sequer ternura na energia dos olhares…….apenas existe a revolta da condenação na sua frustração á submissão imposta……começo a ficar entediada com tanta energia perdida com tanta alma dilacerada que avassaladoramente quer avançar em mim…..fecho-me bloqueio-me na minha magia interior e crio uma aura de luz bem forte que me impede o contacto com o menos belo, com o aceitável ao mundo…perdidamente nesta bola de luz ignoro todo o visível e sigo apenas o palpável real da minha alma…sigo apenas aquela paz que sinto quando estou nesta magica bola dos meus sentires…..como uma espada tento erguer bem alto o meu mundo de sentires e ainda o divino que em nós habita…o sonho já vai alto, mas os fios de prata perduram lá fora, a minha alma quer repousar agora, quer sentir-se apenas alma, desligada, abstraída, parada numa qualquer bola de luz adormecida pelos sentires…… 

Grimoire Marques 

26-11-2009

Só por hoje




Hoje sinto-me especialmente cansada de mim……..há dias assim que me apetece apagar num sono sem fim…dias em que me apetece parar tudo a minha volta, quebrar o elo, desligar completamente o físico, não que algo de menos bom ou de novo tenha proporcionado isso….apenas um cansaço pela imensidão do tempo que não existe, mas que afinal tudo diz resolver….até desse estou cansada hoje…alturas em que me sinto um hamster na sua roda sempre a girar sem sair do sitio…é esta monotonia que me cansa..que me apela á mudança, que me faz querer esquecer o físico e partir definitivamente daqui em alma, que me faz ter umas saudades indescritíveis de casa… 
Hoje estou particularmente farta de mim…farta das minhas loucuras que a muita gente choca…farta da minha transparência que a muitos confunde…farta da minha verdade…farta de ser mal interpretada por apenas ser eu…farta de amar sem nada esperar em troca pois para mim o amor é isso….farta do meu todo…farta do meu ser…desponta em mim uma vontade de não ser…de não querer, de me deixar apenas estar sossegada e quieta numa das cavernas escuras da minha alma….por vezes gostaria de me congelar, de me parar de sentir…são nestas ânsias do meu deixar de ser que procuro algo que acalme e me console ..algo que ajude a minha alma a chorar todas as lágrimas..algo que ajude a minha alma a restaurar-se de todas as magoas e que a consiga fazer sorrir, nem que seja apenas por breves períodos…… 
São nestes sentires que hoje me afogo, são estes sentires que tiram o belo e o principal em mim….são nestas alturas que reconheço a imperfeição em mim…são nestes fossos que me derreto e me acorrento…nesta falta temporária de amor por mim….sinto-me a lutar contra os meus princípios de liberdade e transparência, sinto que me estou a trair, a trair tudo aquilo em que acredito…a trair a única coisa que me pertence…a minha alma… 
Hoje vou ficar aqui cinzenta num canto qualquer de mim , talvez a tentar imitar o dia lá fora que também ele hoje chora em prantos num ciclo sem fim…….. 

Grimoire Marques 

02-12-2009

Trilhos



Ao olhar a fogueira que crepitava em toda a sua força, voei para mares de recordação e introspecção…mares que em tempos naveguei mares que quando olho uma vezes são autênticos espelhos de agua outros verdadeiros tsunamis…é nesse ponto intermédio que hoje me tento situar…é nesse ponto intermédio que hoje observo o meu mar….gosto de absorver e interiorizar a beleza da minha imperfeição, gosto de arrancar algumas ervas daninhas que insistem em crescer em alguns campos da minha alma…quero definitivamente afastar o vazio de querer ser perfeita…quero apenas desenrolar-me por muito vulgar que tudo isto pareça….quero sim aperfeiçoar-me cada vez mais próximo da minha verdadeira natureza…nunca quis ser diferente do que sou, mas sim sempre arrisquei ser genuinamente ser quem sou…o sofrimento e por vezes os pensamentos conturbados sempre aqui fizeram parte, mas mais forte que isso uma certeza que revelo a cada minuto, o verdadeiro segredo da minha verdadeira natureza…..a mim conforta-me saber que não evitei a vida….nesta curta passagem existe sempre o que sou e os desvios que por vezes o destino provoca em mim….cometi alguns erros, mas quando para trás olho para a pessoa que fui sinto um amor incrível e consigo sorrir, pois sei que isso me levou onde hoje estou….. 
Nunca me senti com o complexo da perfeição…alias gosto de corromper esse sintoma de obrigação…simplesmente sou…ao não querer moldar-me conduzo-me do ego para a alma pois ai sim tenho sede de aceitação de mim…. 
Tento ver a vida através dos olhos do divino em vez de me querer centrar nele, por vezes parece-me ingénuo e sentimental ouvir tantos a falarem de espiritualidade, ai tento permitir-me a uma auto analise abandonando-me na idade dos sentires….enquanto antigamente tentava encontrar significado no atormentado e vasto mundo dos outros, agora sondo apenas o meu próprio Universo interior e vivo nele…trata-se de uma travessia de paixões e mistérios, levado a cabo no meu pequeno barco a vela interior…e sem se tratar de nenhum jogo intelectual… trata-se apenas de uma odisseia em mim, de um atalho nesta selva ou qualquer trilho virgem por entre as montanhas…. 
Quando me observo de perto, encontro todos os trilhos que me levaram ao caminho mais largo onde hoje estou, a um mundo sem verdades absolutas, um mundo que me faz sentir eternamente donzela…. 
Num mundo rude e insensível por vezes é incompreensível compreender que podemos querer usar sal em vez de açúcar no chá………. 

Grimoire Marques 

06-12-2009

Circulo



Fico surpreendida, fico estática, fico num tempo que nao é real, num mundo que aqui nao pertence...num espaço que cruza e devasta este tempo e espaço estéril, surrealisticamente consigo fugir..consigo abraçar-me bem cheia de mim num eclipse só possível no encontro do meu eu, todo o meu mundo se rege por uma anarquia de sentimentos, que brotam quando querem e que partem quando lhes apraz...existe por vezes um estado de crueldade interior que se delimita a ele mesmo...sento-me no cimo da montanha da minha alma e observo as formas que as árvores tomam á passagem do vento...também elas dançam e rejubilam de prazer...egoisticamente fecho-me ao mundo exterior para me poder abrir mais a mim, numa dimensão muito familiar mas cega a muitos dos mortais que por aqui habitam...num baile interior de sentires...num avassalamento de êxtases, deito-me em mim mesma ...deixo-me escorregar pelos cheiros envolventes num toque que prima pela suavidade de um tacto que transborda amor.....envolvo em cetim azul a minha alma para assim a poder embelezar e aconchegar, para assim ajudar que ela consiga ser ainda mais alma...ironicamente estilhaço o físico em prol da alma....desgasto a matéria em prol do etéreo ..da fonte...do divino...neste jardim de sentires muitos por aqui habitam, alguns criteriosamente enviados numa perplexidade de encontros e reencontros...partes de almas que de algum modo encaixam na minha...em jogos de sentires intensos em traços de lembranças momentâneas......há veus que se agitam em movimentos sensuais que me tocam a pele em frenesins de prazer...movimentos que completam esse jogos de amor e cor...esses jogos de visoes proibidas... de toques enclausurados...ás vezes quase se poderia chamar uma inquisição...uma inquisição de sentires.....nesta dualidade de sentires, nesta castração da realidade abandono-me, fujo de novo e só para mim outra vez...corro loucamente em busca de uma liberdade inteira onde não existam barreiras castrantes..corro em círculos na busca dessa doce porta, faço círculos e mais círculos e volto sempre ao mesmo....volto porque a alma assim o impele, volto porque a vontade é rainha, volto porque os sentires me gritam... mas na controvérsia a razão emuda-se de um silencio que por vezes me corrói como um acido...... 

Grimoire Marques 

29-12-2009

Ausencia de alma





Hoje sinto a minha alma ausente...hoje não a sinto nem transcendente nem criativa...nem tão pouco técnica...pura e simplesmente esfumou-se...... 
Abriram-se fossos, lutas honestas que nenhuma forma terapêutica poderá combater...afastei.me totalmente do ego ansioso e sedento, parti para uma perspectiva distante e multifacetada...um turbilhão emocional conduz-me do ego para a alma...aquela que hoje não sinto.......talvez culpa de uma autocrítica que me acompanha e se faz constante...ter-se-á cansado da minha matéria?? provavelmente cansou-se dos destroços de tão pesados serem...talvez se tenha cansado de arder no fogo das minhas defesas....a minha sabedoria própria contradiz o mundo...entrego-me o mais possível a este espaço em que me defendo, ataco e recuo...invoco assim mistérios de coragem as vezes gasta...quero que o sonho me leve ao desconhecido, sem tentar decifra-lo, compreende-lo ou explica-lo...existe uma parede entre o sonho e a experiência e essa a cada dia esta mais fina ..está mais frágil......quero inclinar-me em direcção ao nao racional..para assim poder reagir aos pseudo-intelectualismos desta época...nao quero que a minha intuição seja um eclipse mas uma presença constante......sinto-me a fechar o circulo até ao centro do vazio...assim sem sentir a vida a passar por mim.....sinto um processo continuo e infindável, nao de uma vida mas de muitas....viagens que nunca terminam apenas recomeçam...viagens que combatem o hábito e a aculturaçao...estou submersa numa loucura passageira.......alturas há que personalizo a ira que por vezes me assola...e afinal basta-me um minuto de atenção para perceber que até essa é permeável e desnecessária......muitas vezes tento soltar-me da gravidade através de fantasias utópicas de mundos perfeitos e de situações ideais...ás vezes sinto-me uma borboleta nocturna que não consegue resistir ao brilho da lâmpada e que pelo sonho de voar bem alto acaba por morrer queimada...mesmo assim a minha alma...aquela que hoje não sinto ,esta profundamente gravada em todas as cores do universo...no entanto neste ponto limiar dos sentires surge sempre na minha vida uma confiança irónica...... 

Grimoire Marques 
15-01-2010

Vento




A chama da vela crepitava aos meus olhos....nela havia uma mistura intensa de cores que raiavam entre um azul celeste e um amarelo completamente transformador.....senti-me a entrar naquela chama..precisava daquele calor...daquele aconchego...precisava de me abstrair desta parte física que me insiste em roubar os sonhos.....sentia-me repleta de uma estranha aceitação....de uma aceitação de resignação....uma aceitação peculiar carregada de não querer.....com o passar do tempo tudo me leva a esquecer.....assim ventos me sopram para o fazer...existe a confirmação o feed back no ar.....existe um eco que com tudo concorda e tudo aceita....um eco que ja quase nao se ouve....olhei de novo o céu que se fazia ver ao fundo, através da chama daquela vela que me insistia em enfeitiçar....há algo de novo nesta noite ...há confirmações de novos rumos...uma defeniçao de novos trilhos....parto assim para um estar sem estar....rumo assim rumo a um tempo sem tempo....rumo assim por vontade do vento em direcção a novos voos que façam a minha alma se sentir mais alma....pois assim o vento mo impele e sugestiona.....algo me impede de gritar e dizer não pois se assim é a vontade do senhor dos ventos nao serei eu a contrariar os seus sentires...se tenho de perder para inteira ser que seja isso uma bandeira hasteada no meu caminho....devasto-me em mim bem cheia de sonhos do passado..por agora tudo o mais é nada....um nada carregado de personagens bamboleantes que estão ligados ha imensidão dos séculos......presos no inexplicável de um espaço que toca a estrela mais antiga do universo....um filme em que o autor provoca encontros e desencontros entre os personagens...muda trilhos...joga sentimentos.....consegue assim por a alma dos personagens ao rubro....por outro lado fico triste porque perdi o contacto com a minha alma compadecida, criei varias estratégias para nao participar nela...enquanto ao mesmo tempo tento vencer a dor.......a necessidade de cair parece estranha a esta sociedade de sensibilidades modernas...vai contra o heroísmo da nossa época tolerar a regressão..tolerar a incapacidade......sempre exigi de mim largar os apoios..deixa-los bem longe desta descida que a mim me foi destinada com todos os seus mistérios .......advogo para mim uma alquimia de espírito...um refinar honesto e criativo de emoções para assim poder chegar bem perto da visão translucida dos factos........o meu espírito evapora-se nas profundezas para se sintonizar com o todo.....o meu espírito encontra-se incrustado nas minhas árduas lutas emocionais...sou tomada por uma visao alternativa...a minha incidência sobre decisões e dogmas tem a ver coma magnitude da experiência mais do que com o seu significado.....ficarei então assim em mim...nesta roda gigante de ciclos sem fim....neste todo que ás vezes nos parece nada...nesta nave carregada de alliens a que tanta vez recorro......ficarei aqui apenas esperando...nem a minha alma sabe bem do quê....... 

Grimoire Marques 

27-01-2010

Pegadas






  • Ha pegadas na praia, fugazes pegadas,carimbos de uma identidade enterrada, ao longe vestígios de um gigante casulo que ficou pequeno para albergar tão grandes asas.....nestes dias de sentires os meus passos são circulares, estupidamente redondos, as palavras ocorrem-me como um ensaio aos meus sentires, como uma cegueira planeada, a existência que envolve a minha verdade pode ser nestes momentos tudo e nada...existe apenas uma fidelidade intemporal ao meu espírito....nada para mim é muito ......sofregamente carrego em mim este surdo e rebelde monologo, a minha alma pulsa a nu por entre as vestes da sociedade, por entre essas vestes sujas, arcaicas e condicionantes de falsos moralismos de ocasião...por entre falsos misticismos bordados a hipocrisia.....hoje veio a mim a face da revolta ,do tumulto, do que doí e fere como um aguçado punhal, escrevo sofregamente palavras duras, frias e secas, só para sentir o avesso que se apoderou de mim, só para na labareda desta fogueira queimar todos os meus fantasmas vivos e mortos, como uma purificação inigualável que vai das trevas a luz ou da luz as trevas dependendo de quem e como sente.....é sem duvida o abismo entre a alegria e a tragédia que nos move, como uma teia sempre a espera da próxima vitima, uma teia chamada sistema que nos cola ao fundo de nós.....que nos leva não a irmos mas longe mas que insiste cada vez mais em nos fazer bater no fundo......

    Grimoire Marques 
    19-08-2010
    • 20 Agosto 201

Hoje





Hoje tentei
Tentei ir bem ao fundo de mim
Dolorosa esta luta
Simples e dolorosa
A eterna ambiguidade que me invade
Sentires inacessíveis ás simples palavras
às vezes tão desnecessárias
Feridas curadas na auto estima
nessa força que me impulsiona cada vez mais
a saber quem sou
E aquilo que quero ser
Hoje estou infinitamente perdida em mim
Afinal estou, apenas aquilo que sou
estou ,apenas aquilo que sinto
La fora o crescente da Grande Mãe
Sussurra um canção de alento
Uma canção infinita de ressurgir de talvez recomeço
A um novo mundo de felicidade que poderá ser pintado por mim
Surgem memorias, surgem fantasmas de amor que se transformou em dor
O Amor
Esse que entrelaça e que dá vida a esta passagem
Surgirei assim do nada, com reflexos de tudo
Transparece em mim algo de muito louco
Mas no final chego á conclusão que é isto que SOU........

Grimoire Marques 
  • 27 Fevereiro 2011

Grão de areia





Gostava de ser indivisível 
Estupidamente una 
Sair desta dualidade 
Gostava de voltar á infância sem limites de inocência 
Para voltar a abraçar sem racionalizar 
Para beijar sem culpas 
Para ser defenidamente eu 
Quero apenas voltar a sentir o verdadeiro som do mundo 
Essa vibração dançável para uns 
Mas de uma surdez incalculável a outros 
Somos logo assim divididos 
Entre os uns e os outros 
Eu prefiro ser muda á surdez 
Ao som dos meus gritos mudos crio pontes 
Entre o visível e o invisível 
Quem sabe no entremeio tu lá estás 
O tu que não conhece o eu 
Uma das minhas partes perdidas algures na bruma dos tempos 
Talvez tenhas parado 
Ou pelo contrário talvez estejas apenas num mundo diferente e melhor 
Ou ainda talvez sejas fruto das minhas emoções desmedidas 
O mundo talvez seja pequeno demais para este sentimento 
Já quase não há lugar para pontes aqui 
Estendem.se á vista bárbaros muros altos 
E embora muitas vezes o coração os salte 
Vezes há em que fico presa .......cativa de mim mesma 
Cativa deste vasto mundo em que afinal existe tão pouco espaço 
Até para um grão de areia como eu........ 

Grimoire Marques 
09-09-2010