sábado, 26 de março de 2011

Grão de areia





Gostava de ser indivisível 
Estupidamente una 
Sair desta dualidade 
Gostava de voltar á infância sem limites de inocência 
Para voltar a abraçar sem racionalizar 
Para beijar sem culpas 
Para ser defenidamente eu 
Quero apenas voltar a sentir o verdadeiro som do mundo 
Essa vibração dançável para uns 
Mas de uma surdez incalculável a outros 
Somos logo assim divididos 
Entre os uns e os outros 
Eu prefiro ser muda á surdez 
Ao som dos meus gritos mudos crio pontes 
Entre o visível e o invisível 
Quem sabe no entremeio tu lá estás 
O tu que não conhece o eu 
Uma das minhas partes perdidas algures na bruma dos tempos 
Talvez tenhas parado 
Ou pelo contrário talvez estejas apenas num mundo diferente e melhor 
Ou ainda talvez sejas fruto das minhas emoções desmedidas 
O mundo talvez seja pequeno demais para este sentimento 
Já quase não há lugar para pontes aqui 
Estendem.se á vista bárbaros muros altos 
E embora muitas vezes o coração os salte 
Vezes há em que fico presa .......cativa de mim mesma 
Cativa deste vasto mundo em que afinal existe tão pouco espaço 
Até para um grão de areia como eu........ 

Grimoire Marques 
09-09-2010 

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