sábado, 26 de março de 2011

Pegadas






  • Ha pegadas na praia, fugazes pegadas,carimbos de uma identidade enterrada, ao longe vestígios de um gigante casulo que ficou pequeno para albergar tão grandes asas.....nestes dias de sentires os meus passos são circulares, estupidamente redondos, as palavras ocorrem-me como um ensaio aos meus sentires, como uma cegueira planeada, a existência que envolve a minha verdade pode ser nestes momentos tudo e nada...existe apenas uma fidelidade intemporal ao meu espírito....nada para mim é muito ......sofregamente carrego em mim este surdo e rebelde monologo, a minha alma pulsa a nu por entre as vestes da sociedade, por entre essas vestes sujas, arcaicas e condicionantes de falsos moralismos de ocasião...por entre falsos misticismos bordados a hipocrisia.....hoje veio a mim a face da revolta ,do tumulto, do que doí e fere como um aguçado punhal, escrevo sofregamente palavras duras, frias e secas, só para sentir o avesso que se apoderou de mim, só para na labareda desta fogueira queimar todos os meus fantasmas vivos e mortos, como uma purificação inigualável que vai das trevas a luz ou da luz as trevas dependendo de quem e como sente.....é sem duvida o abismo entre a alegria e a tragédia que nos move, como uma teia sempre a espera da próxima vitima, uma teia chamada sistema que nos cola ao fundo de nós.....que nos leva não a irmos mas longe mas que insiste cada vez mais em nos fazer bater no fundo......

    Grimoire Marques 
    19-08-2010
    • 20 Agosto 201

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